Ética e Serviço Público - Organizações Sociais

 O que é uma organização social?

Se olharmos pela ótica do direito administrativo, teremos outra definição de organização social. Não quer dizer que são antagônicas ou que se anulem por completo. No entanto, para manter o nexo entre o que estamos estudando aqui vamos priorizar a ótica sociológica.

Dessa forma, podemos definir uma organização social como: “Uma organização é uma combinação intencional de pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo.”

Uma empresa é uma organização. Também é uma divisão, um departamento ou seção dentro de uma organização maior. Pessoas, dinheiro e materiais compõem os recursos que ingressam na organização. Bens e serviços saem das organizações. Entre estas entradas e saídas, recursos são transformados para criação de excedentes. (Nas empresas, estes excedentes são normalmente chamados de lucros). Os excedentes ajudam a assegurar a continuidade das organizações.

Se estivéssemos numa classe, em uma faculdade de medicina, poderíamos dissecar cadáveres e identificar as partes do corpo humano. Encontraríamos partes padronizadas e conjuntos padronizados de partes em cada um deles. Cada cadáver teria coração, fígado, ossos, etc. E quanto ao interior da organização? Será que encontraríamos órgãos vitais padronizados em cada uma delas?

Claro que sim. Toda a organização tem três partes básicas: pessoas, tarefas e administração. A administração inclui o planejamento, organização, liderança e controle do desempenho das pessoas, organizadas para a tarefa. Outro ponto fundamental sobre as organizações é que elas existem dentro de um meio ambiente. Todas operam dentro de um ambiente que inclui fornecedores, clientes e concorrentes, bem como uma grande variedade de condições legais, econômicas, sociais e tecnológicas.

Acredito que, ao chegar nesse ponto, você já tenha percebido que os órgãos públicos nos seus diferentes formatos e diferentes funções que exercem junto à sociedade, também podem ser compreendidos como organizações sociais.

A importância das organizações

Se examinássemos nossas vidas, a maioria de nós concluiria que as organizações invadem tanto a sociedade como nossa vida particular. Diariamente estamos em contato com as organizações. De fato, talvez a maioria das pessoas gaste a maior parte da vida em organizações. Se não gastam a maior parte do tempo como membros (no trabalho, escola, vida social e na igreja, etc.), são pelo menos afetadas como clientes, pacientes, consumidoras ou cidadãs. Nossas experiências dentro das organizações ou em contato com elas pode ser boa ou má. As vezes, as organizações podem parecer suficientemente ajustadas ou responsivas às nossas necessidades e, outras vezes, nosso contrato com elas pode provocar irritação e frustração. Podem até chegar a ser um tormento para nós.

Estas experiências pessoais dentro das organizações ou em contato com elas dão-nos um compreensão vulgar do que significa "estar organizado". Como nossas atitudes para com as organizações podem ser positivas ou negativas, este tipo de compreensão mediante o senso-comum pode, pelo menos, dar-nos uma boa base para o exame mais sistemático das organizações.

Apesar da forte tendência a considerar-se a realização sobre o enfoque individual, a verdade é que a grande maioria das realizações que ocorrem na sociedade moderna só ocorrem porque "as pessoas em grupo" se envolvem em "projetos comuns". De fato, nossa sociedade desenvolveu-se graças à criação de organizações especializadas que fornecem os bens e serviços de que ela precisa. É duvidoso que o esforço de uma pessoa isolada pudesse fazer muita coisa dentro de nossa sociedade. Na realidade, estamos numa "sociedade organizacional", onde as organizações, especialmente as grandes, são as "principais realizadoras".

A primeira justificativa para a existência de organizações é a de que certas metas só podem ser alcançadas mediante a ação convergente de grupos de pessoas. Neste sentido, qualquer que seja a meta (obtenção de lucro, educação, religião, saúde, eleição de um candidato ou construção de um estádio de futebol), as organizações se caracterizam por um comportamento voltado para determinada meta ou para um objetivo. Isto é, perseguem metas e objetivos que podem ser alcançados de moda mais eficaz e eficiente pela ação conjunta de indivíduos. As organizações são instrumentos vitais da sociedade. Suas realizações nos campos da indústria, educação, saúde e interesses nacionais resultaram em enormes aumentos do padrão de vida e do poder de influência mundial. A própria grandeza das organizações com que tratamos no dia-a-dia deveria ilustrar, para cada um de nós, o vasto poder econômico, social e político que possuem separadamente.

Mas as organizações são muito mais que meros instrumentos para produção de bens e serviços. Elas criam também o ambiente necessário em que a maioria de nós está inserido. Dessa forma são indispensáveis para a vida dentro desse nosso modelo de sociedade. Neste sentido, tem uma grande influência sobre o comportamento, já algumas delas atuam diretamente no processo de socialização.

  • Estabeleça algumas analogias entre a vida em um condomínio e a vida em sociedade;
  • Levando em conta as especificidades dos seres humanos analise por que seria impossível pensá-lo fora da sociedade;
  • Como a vida em sociedade impacta a vida dos indivíduos? Como ela influencia naquilo que somos?
Fonte: ENA Virtual - Curso: Ética e Serviço Público.

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